quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

PENSE DIFERENTE
LEIA UM TEMA DIFERENTE


JUREMA E A MEDIUNIDADE

Zélia Maria Bonamigo

Jurema é o nome de um livro muito interessante, escrito pela médium Ariete Jurema Franco, do Núcleo Luz Encaminha, localizado em Curitiba (PR). Eu a mencionei, anteriormente, por ocasião de um artigo sobre o lançamento do livro do Dr. Renato Bucenko, À Procura do Mestre, lançado em 31 de janeiro de 2015, também em Curitiba, quando se fizeram presentes diversos participantes do Núcleo.


Capa de um dos livros escritos por Ariete Jurema Franco

Ao se começar a leitura do livro, a expectativa poderia ser, talvez, a de ler a história de uma pessoa sem muitas dificuldades, por ter assistência garantida dos mentores espirituais. Mas à medida que as páginas vão sendo lidas passa-se à certeza de que, embora a sua mediunidade, vivencia dificuldades comuns a qualquer outro ser humano.


MEDIUNIDADE E ACEITAÇÃO

Por que razão pessoas como ela são chamadas a vivenciar a mediunidade?
Filha de médium, fica admirada, aos 13 anos de idade, quando lhe é definido o espiritismo por um colega de escola, chamado Levi, que, sendo sensitivo, sabe que ela, Ariete Jurema, também é sensitiva, e lhe diz:
- Acredite, tem uma luz perto de você.
Muitas vezes se faz as mesmas perguntas que muitos de nós costumamos nos fazer: Será que cada um escolhe e segue o que quer? E encontra pessoas que tentam enganá-la, principalmente, aproveitando-se de sua ingenuidade.
Após se dar conta de que os primeiros sinais de mediunidade começam a se manifestar, relata:
- Ouvia vozes e quando ia ver não tinha ninguém, além de nós em casa (p. 53).
Aos 19 anos de idade aperfeiçoa os conhecimentos de corte e costura na paróquia e completa o curso na sede da Central de Assistência Social, tornando-se professora de corte e costura.
Ariete Jurema conta que em uma oportunidade, depois de ser alertada de que algumas das amigas mentiam para ela, sente a presença de alguém, é o seu Protetor:
- Orei, orei e senti como que se alguém me confortasse, mas eu não via, apenas sentia a presença de um pai amoroso que me falava: “Não penses mais, dorme estou a te velar, tudo passa, e isto passará. Tem fé, o que é seu, determinado por Deus, senão hoje, amanhã virá, mesmo que não seja nesta vida... somos criados para a vitória, espere que em breve tudo será esclarecido”.
Quando Loraci aparece em sua vida, o pai se entusiasma mais com a possibilidade do namoro e casamento entre ele e Ariete do que a própria Ariete, que, no entanto, acaba aceitando.
Com o tempo, os sinais de mediunidade lhe indicam que é hora de desenvolvê-la, mas ela não aceita. Recebe a mensagem de duas senhoras, desencarnadas, durante a noite, de que terminasse o seu compromisso com Loraci, mas não leva adiante.


Ariete Jurema Franco
Crédito da imagem: Zélia Maria Bonamigo

  
VIDA PESSOAL E LUZ ENCAMINHA

O tempo passa e em uma das sete reuniões que são realizadas em um determinado período, o médium vidente que conduz a sessão descreve a corrente Luz Encaminha, feita da Equipe de Espíritos Iluminados que estavam sendo batizados com o nome Luz Encaminha. Ariete Jurema conta:
- Após a manifestação de todos os Protetores dos médiuns, eu dei incorporação para meu Guia Protetor, que encerrou a reunião com uma pequena explanação, segundo me contaram posteriormente, pois sou médium sonâmbula. Ele estava emocionado e disse estar feliz em assumir uma obra aqui na Terra. Mas que eu precisava esclarecer, aprender e praticar. Orou e se retirou (p. 62).
Um dos primeiros convites do seu Guia Protetor é este:
 - Vamos começar a praticar a caridade! Vamos.
E lhe indica como proceder para se aproximar de uma vizinha que precisa de ajuda. Ela o faz, conforme ensinado, e a vizinha aceita o convite e traz a filha doente para que o Guia Protetor, que usava o nome Tupinambá, lhe desse seu passe espiritual e orientação.
E seguidamente seu Guia a orienta:
- [...] Quando alguém nos magoa, devemos usar o amor piedoso, devemos orar pela pessoa, pois como julgar sem antes olharmo-nos no espelho? Quem de nós é perfeito? (p. 75)
Sempre que perguntas lhe são feitas, as respostas chegam.  Seu Guia lhe ensina, como também às colegas das aulas de costura:
- (...) Quem cumpriu os mandamentos, construiu valores para o espírito, terá melhor acolhida, pois terá instrutores à sua espera. Assim, o incrédulo terá muitas dificuldades (p.79).
E ela se aproxima da data de seu casamento aos 20 anos de idade. O protetor de uma amiga pede-lhe para que advirta Ariete para desistir do casamento, mas ela, ao ver que tudo estava encaminhado, seguiu adiante e se pergunta o porquê do mentor não ter lhe advertido antes.
Casamento feito, os problemas que já existem se intensificam porque o marido não a respeita. E ela, grávida do primeiro filho, tem muitos problemas de saúde, chegando a precisar da piedade alheia para se alimentar.
O Guia Espiritual vai acompanhando o nascimento e a vida do primeiro filho, e, mais adiante, da segunda filha, fortalecendo-a na fé, em meio às adversidades. Ela se considera uma “porta” para o Guia Protetor passar, pois é de Luz Encaminha, e acrescenta:
 - Luz Encaminha, o nome que nos revelava formar uma equipe de Mentores dedicados a praticar a caridade (p. 130).
Mais tarde, passa a trabalhar num Órgão do Ministério da Agricultura, em meio expediente, mas sente-se um tanto deslocada, tanto pela timidez como em consequência dos problemas já vivenciados, especialmente no decorrer do casamento e ao tomar a decisão da separação. A família e as amigas próximas a incentivam a consultar um psicanalista de orientação espírita, e aos poucos vai se libertando. Explica Ariete Jurema:
- Com isso houve alterações com o grupo da equipe espiritual de Luz Encaminha. [...] Mais médiuns surgiram e formamos uma Corrente... Corrente Luz Encaminha (p. 170-171).
Ariete passa a se interessar pela leitura de livros espíritas, como o Livro dos Médiuns e o Evangelho Segundo o Espiritismo, este indicado pelo Guia Protetor, esclarecendo a prática da caridade.
No início, as reuniões do Núcleo são feitas em locais improvisados, sempre na tentativa de conseguirem um local próprio. Muitos são os amigos e amigas que ajudam, tanto nos preparativos quanto no decorrer das reuniões.
A Doutrina evoluí com a chegada de novos Mentores Espirituais que auxiliam o grupo com aulas e em tratamentos, sendo introduzidos novos métodos. E a equipe na Terra também cresce com novos participantes. Ariete explica:
- Minhas tarefas aumentam pelas lições que me são passadas pelos mentores para serem ministradas nas aulas doutrinárias. Temos atividades quase todos os dias (p. 225).
Com o tempo, o Núcleo passa de Centro Espírita para Escola Doutrinária Associação Espiritualista Luz Encaminha.
No dia 21 de dezembro de 1996 é inaugurada a sede Luz Encaminha na Terra. Além das reflexões, recebem tarefas caritativas e assistenciais e as realizam, conforme orientado, tanto nas ruas quanto em albergues e instituições carentes.

Ariete Jurema Franco
(Crédito da imagem: Livro Jurema).

Fragilidades, grandezas, Guias. Com este livro, Jurema homenageia o Núcleo Luz Encaminha, como afirma:
- Minha vida resumida é Luz Encaminha e eu” (p. 244).
Ariete Jurema Franco nasceu em Curitiba em 8 de janeiro de 1936, filha de Dermeval de Oliveira Franco e Josefa Kanak Franco. Continua dedicando-se ao estudo da Espiritualidade.

O QUE MAIS ME MARCOU NESTA LEITURA

Dificuldades pessoais, familiares, com namorados, no casamento e com filhos fazem parte da vida de Ariete Jurema, como de qualquer outra pessoa.
No entanto, o que me parece persistente em todas as linhas de sua história – e também possível para nós - é que existe um plano divino para cada pessoa e cada qual tem um ser de luz que a acompanha não deixando que desanime na caminhada espiritual e na persistência do seguimento do Mestre.
Os seres de luz se manifestam com naturalidade no dia a dia, pois a presença divina se manifesta no silêncio, na simplicidade, sem alardes.
Assim, recomendo que todos leiam o livro Jurema (2002) e, também, o livro Herdeiros do céu (2013), no qual Ariete destaca a força da fé, quando fazemos pedidos ao Criador, e que as crises são provações para que aprendamos a refletir e a crescer espiritualmente. Ele apresenta depoimentos de quem recebeu ajuda dos Guias e de quem viu transformações em sua vida. São muitos. Deus cria para a felicidade.
Se você quiser adquirir os livros, escreva para: ssnicz@hotmail.com.


Zélia Maria Bonamigo é jornalista,
mestre em Antropologia Social,
assessora de novos escritores,
preparadora de originais para publicação,
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
(zeliabonamigo@uol.com.br). 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

PENSE DIFERENTE
FAÇA UM POEMA SÓ SEU

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POEMAS, POESIAS E CRÔNICAS
NASCIDAS NO COTIDIANO DE TEODORO ALVES

Zélia Maria Bonamigo

Ocorreu hoje, 28 de outubro de 2015, o lançamento do livro de Teodoro Alves, Poesias, Poemas, Contos, no DEAP - Departamento Estadual de Arquivo Público, em Curitiba (PR). A cerimônia, muito bem preparada e celebrada, mostra o carinho de amigos e amigas presentes no evento, onde se viveu a alegria desta grande vitória alcançada.

Jorge Queiroz, Teodoro Alves e Zélia Bonamigo exibem o resultado de um grande trabalho. Crédito da foto: Gilberto Ayres, arquivista do Arquivo Público do Paraná.

Professora Irene Henriques Quequi, do Instituto das Águas, em Curitiba (PR). “Conheci uma musa, amizade para cultivar, se precisar, conte com ela, paradeiro: Águas do Paraná, Irene é o nome dela” (p. 62 do livro Poesias, Poemas, Contos). Crédito da foto: Jorge Queiroz.

Amigos comemoram o lançamento de Poemas, poesias e Crônicas, de Teodoro Alves. Crédito da foto: Gabriela Rondado, arquivista do Arquivo Público do Paraná.

Grupo de amigos e colegas registram sua presença no evento. Crédito da foto: Gilberto Ayres, arquivista do Arquivo Público do Paraná.

Quer saber se ele achou difícil escrever o livro? Acompanhe a entrevista, pois sua trajetória é exemplar, de muita persistência e determinação. Mas pode ser que você já tenha escrito um livro ou muitos deles. Pode ser que você queira escrever um. Vá em frente. Teodoro Alves conta como foi a história das suas inspirações de escrever.

1)
Teodoro, quando você começou a escrever poemas, poesias e crônicas, já tinha em mente escrever um livro?
Sim, mas não propriamente no campo de poesia, poemas e contos, apesar de ser apaixonado por literatura, em especial pela poesia. O meu sonho, desde menino, era escrever um livro de grandes romances, grandes amores e sempre com finais felizes. No entanto, este é meu primeiro livro: Poesias, Poemas e Contos.

2)
A decisão de escrever um livro foi se fortalecendo em que circunstâncias?
Foi quando percebi que o grande romance que sonhava não se concretizava. Então, desiludido, comecei a me inspirar em pequenas coisas que aconteciam ao meu redor e em pessoas de meu convívio, conhecidas e desconhecidas. Até que um dia percebi que tinha uma boa quantidade de material. Não tive dúvida, publicaria um livro, mas não tinha ideia de como e quando seria. Um dia, voltando do colégio no qual lecionava, encontrei o professor e escritor Jorge Queiroz e contei a ele do meu material e desejo de publicá-lo, e ele me falou que sua esposa, você, Zélia Bonamigo, trabalhava com preparação de livros para publicação, acompanhando, inclusive, o processo de revisão e diagramação. Daí em diante foi questão de tempo.

3)
Em algum momento você se sentiu inseguro devido a alguma dificuldade?
Sim, me senti, devido a comentários maldosos por parte de alguns colegas que sabiam de minhas pretensões referentes à arte tanto da escrita quanto da pintura.

4)
Você fez, antes, algum curso para aprender como se escreve poesias, crônicas e contos?
Não. Comecei a escrever só de ouvido e o pouco que aprendi de literatura foi nas aulas de português, o significado de soneto, por exemplo.

5)
O que mais serviu de inspiração para você?
O infortúnio no casamento, consequen-temente, as desilusões na busca de novos pares.

6)
Em que lugares você encontrou mais facilidade de produzir?
Os lugares não interferiram nas minhas produções, até porque eu crio na memória e só dias depois passo para o papel, mas onde fiquei mais à vontade foi em Antonina (PR).

7)
O que você acha que é importante para um principiante na escrita de textos para publicação?
Buscar conhecimento, ou seja, uma coisa de cada vez, e não desanimar.

8)
Qual foi a sensação de acompanhar a edição do seu livro passo a passo?
Uma sensação única, talvez como de saborear um prato delicioso que se aprecia muito.

9)
O que pensou quando viu se primeiro livro pronto?
Agradecimento a Deus, a você e ao Jorge e ao pessoal da gráfica. 

10)
O que significou para você a possibilidade de usar a própria pintura para a capa do livro?
Uma conquista, mais que uma conquista, uma vitória, uma descoberta.

Cena do Cotidiano, pintura de Teodoro Alves, em exposição por ocasião do lançamento do seu livro.

Pintura de Nossa Senhora, de autoria de Teodoro Alves, uma das diversas expostas no local onde foi lançado o seu livro Poesias, poemas, contos.

11)
Está escrevendo novos textos?
Estou já no meio da produção de um conto, meio romance, que espero concluir até inicio de 2016, onde relato a historia de um jovem e uma jovem com destinos meio parecidos.

12)
Quais as pretensões para o futuro?
Não tenho grandes pretensões no segmento da arte, mesmo no que se refere à pintura, que também faço. Quanto às publicações, considero que este dom é providencial, pois, por causa do meu trabalho na Imprensa Oficial, desde a década de 90, tive contato com dezenas de escritores, desde os menos conhecidos até os renomados, como Marcio Renato dos Santos, Wilson Martins, Miguel Sanches neto.

      
Zélia Maria Bonamigo é jornalista,
mestre em Antropologia Social,
assessora de novos escritores,
preparadora de originais para publicação,
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
(zeliabonamigo@uol.com.br).





terça-feira, 15 de setembro de 2015

PENSE DIFERENTE


CONHEÇA ALGO DO MAL DE ALZHEIMER

Que doença é esta?
Se você tem alguém na família com esse mal, prepare-se, para um recomeço.
– Recomeço de quê? – você me pergunta
Minha mãe morreu com Alzheimer, depois de sofrer muito, pois no atestado de óbito foi descrito “falência total dos órgãos”.
Ela sofreu muito, não sei se quando começou a perceber que algo não estava bem, ao esquecer de fazer coisas rotineiras, ou se no restante do tempo. Acho que o tempo todo.
Ela sempre foi uma pessoa reservada, mas quando começou a manifestar não estar bem, os médicos acharam que ela estava com depressão e assim a trataram por algum tempo.
Só mais tarde é que chegaram à conclusão do que ela realmente tinha.

O MESMO MAL, DIFERENTES FORMAS

Com o mal de Alzheimer as pessoas se manifestam de diferentes formas. Conheci muita gente na clínica na qual minha mãe ficou um tempo internada. A minha mãe, como foi uma pessoa que trabalhou a vida inteira, e trabalhou duro, pois sempre morou no sítio, onde há trabalho o tempo todo, não queria ficar lá, assim como também foi internada porque fugia de casa procurando a casa dela, e passou a precisar de maiores cuidados.
Outras pessoas ficavam calmas, o dia inteiro sentadas na cadeira ou deitadas na cama, dependia do estágio da doença e do temperamento de cada pessoa. 
Aquilo foi uma grande meditação na minha vida.
Depois de ficar um mês e pouco na clínica, o médico responsável disse que ela devia voltar para conviver com a família.
E ela voltou. A família providenciou uma cuidadora para ajudar.
E assim, ela passou a entender que não precisava mais trabalhar e podia descansar.

Mesmo assim, ela insistia em trabalhar, sempre trabalhar.
(Continua na próxima postagem).

quarta-feira, 22 de julho de 2015

PENSE DIFERENTE

FAÇA UMA VIAGEM DIFERENTE

Por Zélia Bonamigo
http://fotografiaecameras.com.br/sobre/

Um tablet, a mulher e o menino. Que viagem foi aquela?



Nestes dias, eu voltava de ônibus e estava na poltrona atrás de um garoto de uns 10 anos. Ele viajava perto de alguém que não era da família dele. Assim, tive o prazer de ver como um tablet pode modificar o percurso de uma viagem de dois personagens: um garoto familiarizado com aparelhos tecnológicos de última geração e uma senhora, dona de casa.
Foto de  Mikael Kristenson, CC0. 
O garoto estava se divertindo com um jogo. Ela, que provavelmente nunca tinha pegado nas mãos calejadas um brinquedinho daqueles, achava graça na graça do garoto. Até que em determinado momento, sua curiosidade foi maior e ela pediu ao garoto:
“Qual é o seu nome?”
“Bernardo, e o seu?”
“Meu nome é Maria. Será que eu poderia segurar nas mãos este brinquedinho que faz você rir?”
O garoto olhou bem para o rosto da passageira ao lado, e disse:
“Claro, se for só um pouquinho....”
Maria tocou a tela e estranhou:
“Nossa, é só encostar”...
O garoto, então se animou e vendo que ela não oferecia perigo para ele e, também, que podia conversar um pouco com pessoa de carne e osso, ou seja, sem ser virtual, o que não acontecia com frequência, passou a lhe explicar como funcionava. E, aos poucos, diversos passageiros concentraram a atenção na desenvoltura do menino, que conhecia tudo sobre o assunto e se empolgou com a descrição.

 Tablet magic, tablet 4 TT 2710

O garoto disse para Maria:
“Quando comprei este aparelho, já faz algum tempo, preferi este por ser o tablet do Mickey, lançado no mercado pela Tectoy. O que mais curto é poder compartilhar fotos, mensagens, vídeos, jogar e me divertir, fazendo tudo isso com ele. O meu é um 4 TT 2710, mas isso não importa neste momento. O bom é que a memória interna dele é de 8 GB, posso guardar muitas músicas, vídeos e diversos arquivos pessoais, e a velocidade dele é muito boa".
Tablet infantil da Tectoy
Magic Tablet 4 TT-2710.
Foto: Divulgação Tectoy.
Maria olhava, admirada, para o garoto, nada sabia sobre seu sistema operacional Android 4.2, nem que seu processador é Dual Core e que a memória RAM tem 1 GB, que favorece a utilização de vários apps  instantâneos sem deixar o aparelho mais lento, o que o garoto Bernardo não aceitaria. (Se não sabe o significado das siglas, há uma explicação mais abaixo).
Maria, admirando a fluência verbal de Bernardo, quis saber o porquê, ao tocar na tela, as coisas mudavam... ele respondeu:
“Muito fácil, a tela tem um tamanho até bom, de sete polegadas com cinco pontos de multitouch , quer dizer que a gente toca a tela e mudam as imagens. Além disso posso digitar mensagens, e poderia digitar uma mensagem bem prá você”.
“Para mim? Ah, e o que diria para mim, se nem me conhece?”
“Diria assim: Querida amiga que viajou ao me lado no dia tal..., e que gostei de sua companhia, aceita ver um vídeo comigo hoje?”
“Tá, faz de conta que eu já aceitei. Que vídeo vai me mostrar?”
Bernardo lhe disse:
“Ver um vídeo aqui é uma delícia, por que a imagem fica clara e a qualidade fica bem exata. Vamos ver este”.
E depois de mostrar um vídeo de humor, Bernardo teve a ideia de fazer uma foto da amiga e lhe diz:
“Está vendo aqui atrás do aparelho? Tem uma câmara traseira de 2MP e webcam frontal. Mas, se acaso a bateria acabar, ainda tenho uma de 3000mAh, para não perder momentos que talvez não aconteçam de novo... ou será que eu ainda vou ver a senhora depois de hoje?”
Maria, que estava agradecida ao universo por ter aprendido tanto com Bernardo, disse para ele:
“Meu nome é Maria e meu telefone é este... Quem sabe eu compro um aparelho desses ou parecidos e aí nós voltamos a conversar?
Ele respondeu:
“Esse é mais para gente pequena. Para os adultos existem outros mais interessantes ainda. Vou fazer uma pesquisa e mais adiante lhe contarei".
Bernardo lhe perguntou:
“Tem meninos e meninas na sua casa?”.
“Sim, tem um menino, quase da sua idade, ele toca cada música que você nem imagina. Não quer ir um dia na minha casa? Faço um bolo de fubá que é uma delícia!”
E depois de perguntarem sobre os devidos endereços descobrem que moram a duas quadras de distância. Maria fica tão feliz, e lhe diz:
“Vai lá em casa domingo pelas 16 horas, vou fazer o bolo. E quero que você leve uma lista do que faz parte desse seu brinquedinho, que quero mostrar ao meu neto”.
Bernardo que é doido por um bolo de fubá, não perderia essa:
“Combinado, estarei lá, bolo de fubá, música que também adoro”.
Ao sair dali, Bernardo pensou em pesquisar o preço e as características de de um tablet barato. Levaria para dona Maria e deixaria com ela. Assim no dia em que alguém da família quisesse lhe dar de presente, já teria na ponta da língua o pedido.
São tantos interessantes, acho melhor fazer uma nova visita depois e levar uma lista mais completa.
E para explicar aos netinhos da dona Maria? Vamos facilitar para Bernardo e deixar a lista pronta?
Características do Tablet infantil Tectoy Magic 4 Android 4.2, Dual Core, Tela 7”, 8 GB, WI-fi.
Sistema operacional: android; capacidade de armazenamento: 8GB; câmera: frontal e traseira; câmera traseira: 2.0 megapixels. Câmera frontal: 3.0 megapixels; Resolução de tela 7”, capacidade 5 pontos. Recursos da Tela: multitouch. Energia e bateria.

Outros tablets infantis?

Sim, o Tablet do Mickey é um deles, mas existem diversos outros, como estes:
  • O Tablet da Galinha Pintadinha, também da Tectoy;
  • Hello Kitty Tab;
  • Tablet Disney Princesas;
  • Galaxy Tab 3 Kids;
  • Galaxi Tab 3 Kids, da Samsung;
  • Fire HD Kids Edition, da Amazon;
  • O Meep X2, da Oregon Scientific;
  • KidPad;
  • Tablets temáticos da Candide ;
  • Oz meu Primeiro Gradiente;
  • Positivo Kids;
  • Diversos outros.
Caso não saiba o que é: 


App: é a abreviatura de application (aplicação), que tem como objetivo tornar a vida das pessoas mais fácil, favorecendo-as com o acesso direto a serviços de notícias, como jogos, serviços de mapas, GPS ou outros utilitários.
MP: megapixel.
Webcam: é uma câmera web de baixo custo que capta imagens, transportando-as para um computador. Para que se usa? Pode ser utilizada em produção de vídeo e imagens para edição e videoconferência, por exemplo.
mAh: é abreviatura de miliampere-hora, que é subunidade de medida, derivada do ampere-hora ou Ah. Sua finalidade é identificar a transferência de carga elétrica mediante uma corrente estável de um ampere no decorrer de uma hora. Assim você fica sabendo sobre o tempo de duração da bateria. Então quanto maior é o miliampere hora indicado na bateria mais pode demorar o tempo em que seu tablet ou smartphone pode ficar desligado de uma tomada.
UM DICA ESPECIAL:
Depois que você decidiu qual Tablet comprar, e começar a usar, não esqueça de tirar um tempo para fazer exercício físico e pensar. Pensar na vida é bom.
Você é uma criança que usa Tablet? Conte como foi seu primeiro encontro com ele. Vale para uma pessoa adulta também. Conte logo aí abaixo.




sábado, 20 de junho de 2015

PENSE DIFERENTE: FAÇA UMA VISITA DIFERENTE 

 COMUNIDADE INDÍGENA CHEGA POR LIVRO
AO COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ PIOLI, NO PARANÁ



Por Zélia Maria Bonamigo

Depois de realizar uma pesquisa sobre a vida de índios e índias Mbya Guaranis, na ilha da Cotinga, em Paranaguá (PR), o que mais almejava era fazer a pesquisa voltar para a sociedade não índia, como uma dívida que passei a ter com aqueles que se dispuseram a colaborar com minha pesquisa e por causa da confiança depositada em mim pela nossa sociedade mediante o mestrado em antropologia social da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Lembro-me bem daquele dia quente, no horário do almoço, em Paranaguá, quando pude ver pela primeira vez alguns índios perto do Mercado do Café. Na infância eu tinha lido muitas histórias envolvendo grupos indígenas e minha fantasia potencializava aquelas imagens de pessoas nuas com grandes arcos e flechas vivendo na floresta.
Embora naquele dia eu não estivesse interessada em distinguir aquele grupo indígena de outros que haviam feito parte de minhas leituras, de cara os Mbya Guaranis me comunicaram sua essência ao me convidarem com meu esposo, Jorge, a visitá-los na ilha da Cotinga. Depois fui entender porque a visitação é tão importante no interior da aldeia...


Familia de Darci e Isolina faz arte em madeira na ilha da Cotinga, em Paranaguá (PR).
Foto de Zélia M.Bonamigo (2005)

Promessa cumprida, longo tempo de pesquisa no decorrer do mestrado e um livro nasceu dessa convivência, conforme aliança que fiz com o pajé Cristino, ao me dizer: “Tudo o que você está escrevendo deve virar um livro”. Eles haviam tido, anteriormente, a experiência da escrita de outro livro, “Quem mata índio”, do médico dr. Moysés Paciornik, e desejavam que a minha pesquisa também se tornasse livro para falar do seu modo de ser. Assim teriam uma nova forma de responder às perguntas feitas por turistas e pesquisadores, que são mais ou menos assim: Como é a vida de vocês? Como vocês se vestem quando estão sozinhos na aldeia? Qual sua crença? Vocês têm outras comunidades? Comem os mesmos alimentos que nós? O que acham da sociedade não índia?, entre outros.
Pois bem, o livro foi lançado, em 2009, pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), e distribuído nas bibliotecas das escolas estaduais e Biblioteca Pública do Paraná, entre outras, e volta e meia fico sabendo que alunos de cursos universitários estudam alguns de seus capítulos, ou alunos do ensino médio ficam conhecendo sua vida, como aconteceu recentemente.
Um dia desses, Jorge me contou que um professor de história, colega dele, chamado Alessandro Cavassin Alves, mencionou um trabalho feito com alunos do 2.0 ano do ensino médio no Colégio Estadual José Pioli, em Itaperuçu, região metropolitana de Curitiba, e que achou interessante a etnografia. Então quis conversar com ele para saber da repercussão que aquele estudo trouxe à sua leitura e naquela dos jovens de 15/16 anos.  Uma coisa é você viver por algum tempo em uma comunidade indígena, em uma ilha, outra coisa é ouvir o retorno de alunos jovens e com outro estilo de vida, ao lerem aquilo que a comunidade indígena quis transmitir sobre si própria.


Professor Alessandro Cavassin Alves, em Curitiba (PR).
Foto de Jorge Antonio de Queiroz e Silva, em 2015.

O professor Alessandro Cavassin Alves me disse que lhe chamou especial atenção “a forma como a etnografia foi realizada e os aspectos culturais da lógica daquelas pessoas”. E, ainda:


Este livro demonstra a vida deles nos dias atuais. Sua localização, nossos vizinhos. Neste sentido é uma referência sobre o tema. E com os alunos, a partir dessa referência, ao comentar os diferentes tipos de cultura e, sobre a história do Paraná, citei partes da obra ‘A economia dos Mbya Guaranis: troca entre homens e entre deuses e homens da ilha da Cotinga, em Paranaguá (PR)’ (2009), de modo especial a questão das trocas, da morte, entre outros.

Temas como a lógica Mbya Guarani, a morte e, principalmente, das trocas também me impressionaram muito no decorrer da pesquisa. E passei a compreender outra forma de pensar e organizar o mundo, uma vez que no Universo todas as formas de vida dialogam e os Mbya Guaranis, a partir de sua religião, organizam a vida na aldeia de modo que as diferentes espécies de vida dialoguem entre si e com os deuses. Por isso o título do livro, tão sabiamente sugerido pela minha orientadora, professora Edilene Coffaci de Lima, e por isso a palavra economia, que trouxe para o livro outra forma de entender poupanças, investimentos e trocas, alternativas ao modo de ver capitalista.
E como os alunos do 2.0 ano do ensino médio responderam à iniciativa do professor Alves?
Casa típica do pajé Cristino na ilha da Cotinga, em Paranaguá (PR).
Foto de Zélia Maria Bonamigo, em 2004.

Ele me disse que achou positivo “levar o exemplo dessa pesquisa para a sala de aula porque é uma etnografia, uma cultura distante e próxima ao mesmo tempo”.
Concordo, é uma forma de viver suas tradições, que nos parecem familiares, mas ao mesmo tempo percebemos que por trás daquilo que parecem semelhanças de sua vida com a nossa existem segredos culturais jamais revelados para outros grupos não indígenas, mesmo que nos convençam de que devemos nos sentir importantes por ouvi-los contar-nos alguns poucos “segredos”. E nos sentimos, pela Diversidade.
Mas no ensino médio os professores não podem se demorar muito com um mesmo tema, no caso do professor Cavassin foram apenas algumas horas em duas semanas. No entanto, me disse que “despertou nos alunos a curiosidade, a busca para entender melhor o outro”, algo que pode se tornar, quem sabe, um projeto novo mais adiante.
Isso é que o professor Alessandro me disse esperar: “Acredito muito que temos que fazer algo pelas comunidades indígenas, nem que seja apenas conhecê-las melhor bibliograficamente”, que eu considero um grande projeto, pois quem tem hoje informação sobre uma comunidade indígena amanhã poderá transformar essa informação em conhecimento mediante pesquisas, que terei imensa alegria de ler.
O trabalho do professor Alessandro me lembra outro, da professora Ângela Alencar, em 2013, desenvolvido com o apoio de Andreia Peteck e Daisy Iara, o Projeto Didático Cotidiano Indígena, do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, na Escola Municipal Julita Alves Soares em Jussara (PR).
Por ocasião de uma visita que Jorge e eu fizemos à escola, em novembro de 2014, sendo Joaquim B. de Souza nosso anfitrião, ela me relatou sua experiência.  
E ao lhe perguntar como conseguiu trabalhar capítulos do livro com crianças pequenas (1.0 ano), ela me respondeu ter se admirado pela forma como as crianças entenderam bem a mensagem, que foi veiculada por diversos recursos pedagógicos, e mostraram em seus desenhos do que mais gostaram, a exemplo dos tipos das casas indígenas, da alimentação deles e de como vivem com seus pais e irmãos, o que foi por mim considerado um trabalho educacional maravilhoso.  
Quem quiser conhecer mais vai encontrar o livro, em Curitiba, nas livrarias do Chain, do Paço, Curitiba e por meu e-mail.
Boa leitura a todos e parabéns ao trabalho do professor Alessandro, da professora Ângela Alencar, aos educadores e educadoras de suas respectivas escolas.

Zélia Maria Bonamigo é jornalista, antropóloga,
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná,
palestrante de temas indígenas
e preparadora de livros para publicação.

zeliabonamigo@uol.com.br

sábado, 16 de maio de 2015

CULTURA E IMIGRAÇÃO CHINESA, UMA HISTÓRIA CONTADA POR CHINESES E CHINESAS EM CURITIBA


PENSE DIFERENTE: CONHEÇA A DIVERSIDADE DE OUTROS POVOS


Por Zélia Maria Bonamigo

O que faz um chinês ou uma chinesa deixar seu local de origem?  Quais as principais dificuldades experimentadas? Por que insistiram em permanecer no Brasil, apesar de preconceitos iniciais? Perguntas como estas são respondidas pelo livro Cultura e a longa marcha de chineses e chinesas até Curitiba, do desembargador Rubens Oliveira Fontoura.

 A partir de leituras cuidadosas sobre o passado e o presente da China, e  das entrevistas realizadas com imigrantes chineses que partiram de  Hebei, Xangai, Taiwan, Hong Kong e Moçambique,  a obra conta aspectos curiosos da vida dessas pessoas fortes, determinadas e destemidas.


Migração Chinesa para o Brasil.
Elaboração de Júlio França.

No entanto, mesmo tendo transcorridos dois anos em que o livro foi lançado, nem a comunidade chinesa nem as pessoas que estão lendo o livro deixam de fazer seus comentários positivos sobre a leitura. O lançamento ocorreu no dia 9 de fevereiro de 2013 em Curitiba, na véspera do início do Ano Novo Chinês – Ano da Serpente  e contou com a presença das comunidades chinesa e brasileira.

Naquela noite os membros da Associação Cultural Chinesa e sua diretoria, sob a presidência de Francisco Guo, distribuíram atenção aos participantes, entregaram calendários a autoridades e membros da mesa e desenvolveram o cumprimento do protocolo do evento, envolvendo jantar, referências tradicionais e sorteios de prêmios, ações devidamente documentadas pelo fotógrafo Nino Guo.


O autor Rubens Fontoura distribui autógrafos na noite do Ano Novo Chinês.
Fotos de Nino Guo Ling, em 9 de fevereiro de 2013.

A obra despertou a atenção de muitos chineses sobre o porquê Fontoura teria se interessado pelo tema. A falta de um trabalho anterior, envolvendo os itens tratados no livro, a ampliação da visibilidade chinesa e da importância de sua atuação em Curitiba, foram itens destacados pelo autor, que também trocou ideias com Lorenzo Gustavo Macagno, professor do Departamento de Antropologia e do programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que vem realizando estudos sobre temáticas, narrativas e representações árabes, africanas, asiáticas e sul-americanas e de comunidades diaspóricas.


Grupo de chineses e chinesas participantes de uma das missas com Ma Ximing (Padre Paulo)
na Paróquia Santa Bertila, em Curitiba (PR).
Foto de julieta Yon Shee, em 15 de abril de 2007.

“SE COISAS SÃO DADAS E RETRIBUÍDAS
É PORQUE SE DISTRIBUEM RESPEITOS”


O encontro das diversidades chinesa e brasileira, e as trocas de mercadorias e de dádivas ali presentes, remetem-nos a uma outra obra, Ensaio sobre a dádiva, do antropólogo Marcel Mauss (1925), sobre estudos voltados a áreas como Polinésia e Melanésia, Noroeste Americano. Naquele contexto, “as coisas têm uma personalidade, e as personalidades são, de certo modo, coisas permanentes do clã”.

Relendo Mauss para o contexto em foco, os calendários presenteados aos convidados, por exemplo, cujas imagens remetem a lugares turísticos da China, tornam-se coisas carregadas de um sentido cultural bem característico. São representações de fatos históricos, criadores de sentidos novos para as obras dos antepassados, fatos que se tornaram com o tempo “lugares mágicos”. Assim, os lugares são confundidos com os espíritos daqueles que fizeram as obras para permanecerem no tempo, e as construções se confundem com os espíritos de seus construtores.

Por outro lado, enquanto bens são trocados (vendas de livros, distribuição de prêmios, refeições e informações), são os votos de sabedoria, sorte e riquezas, partilhados na comemoração do início do ano novo chinês, que se transmitem. Fundamentalmente, é porque se desejam e se obtém tais elementos que se vive o espírito de amizade entre chineses e brasileiros.

Diz Marcel Mauss a partir do seu contexto de pesquisa: 

“Se coisas são dadas e retribuídas [...] é porque se dão e se retribuem ‘respeitos’ – podemos dizer igualmente ‘cortesias’. Mas é também porque as pessoas se dão ao dar, e, se as pessoas se dão, é porque se devem – elas e seus bens – aos outros”.

Considerando o evento da comemoração do Ano da Serpente e o lançamento do livro sobre os chineses, se as atenções dos membros da Associação Cultural Chinesa, bem como do autor Rubens Fontoura, são dadas e retribuídas, retornam respeitos e amizades. Adolescentes, jovens e adultos se interessam pelo conteúdo do livro e apresentam a cortesia da atenção e da valorização. Imigrantes mais velhos, que passaram pela experiência da “longa marcha até Curitiba”, se prontificam em apresentar novas interpretações da história de sua “marcha” para uma segunda edição.

Assim, jovens e adultos graduados e pós-graduados, chineses e brasileiros, compõem um ambiente de trocas. Famílias dos participantes do livro comentam com os pares fotos que aí testemunham despedidas, trajetos chegadas, práticas religiosas, gastronômicas e culturais em Curitiba. Destacam o passado cultural e a construção de uma vida na capital paranaense.

Michele, Dino e o filho Heitor, em dia de apresentação de Heitor à comunidade, no trigésimo dia do nascimento.
Foto de Zélia M. Bonamigo.

O Ano chinês 2014 foi o ano do cavalo e 2015 é o ano do carneiro, que simboliza paz, criatividade e serenidade.

A comemoração de cada ano novo chinês ajuda-nos a repensar que mesmo em sociedades capitalistas, como a nossa, a dádiva se faz presente. Em outras palavras, trocam-se muito mais que mercadorias.


Músicos Wu Xin Zuo, Tan Qing Zhong, Guo Zude e Zhong Wo Bang
se apresentaram em jantar de boas-vindas ao embaixador da China que visitava Curitiba.
Foto de Nino Guo Ling, em fevereiro de 2010.

Pode-se aprofundar o sentido da dádiva  em: MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: ____. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Y Naify, 2003.
Sobre a imigração chinesa: FONTOURA, Rubens Oliveira. Cultura e a longa marcha de chineses e chinesas até Curitiba. Curitiba: Edição do autor, 2012.


Zélia Maria Bonamigo, jornalista, antropóloga,
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná,
preparadora de textos para publicação.
zeliabonamigo@uol.com.br